segunda-feira, abril 09, 2007

Quero minha infância de volta

Não, isso não é um post sobre meu feriado, sobre chocolate, sobre 1º de abril (meu dia favorito do ano) e muito menos é um post nostálgico. Eu só quero minha infância de volta, agora, e com tudo que ela tinha. Até meus meus 14 anos, minha imaginação era extremamente fértil, dos 8 anos de idade aos 12 então, nem se fala. Eu escrevia sobre tudo, desenhava tudo, falava de tudo, tinha mil histórias na minha cabeça, imaginava mil coisas, mil brinquedos.

Parece que minha imaginação foi me abandonando conforme os namoros ficavam sérios. Acho que sou precoce, meu primeiro namoro, namoro mesmo de "Estamos namorando!" "Esse é meu namorado" foi aos 12 anos, durou até março de 2003, 5 meses pra ser mais exata. Aos 13 vieram alguns outros namorados, nada demais e nem importante, nenhum desses durou mais que dois meses, e eu enjoei da cara de todos. Eu sempre tive aquele garoto de quem gostava muitão, e entre um namoro e outro a gente 'ficava' (ô termo tosco!).

Aos 14 anos veio o meu namoro mais sério (e minha imaginação foi toda embora), apresentei o garoto aos meus pais, fui apresentada aos pais dele e todas aquelas formalidades que teoricamente definem a seriedade de um namoro. Aos 15 anos esse namoro terminou da forma mais estranha possível. Algumas paixões de inverno, outras de verão, primavera ou outono, alguns namoros a distância com direito a visitas mensais, um namoro de um mês e eu não sei mais escrever.

É sério, antes de toda a minha frustrada vida amorosa começar, eu era uma gênia, escrevia poemas num estralar de dedos, redações gigantes num piscar de olhos. Meus desenhos naquela época eram bem melhores, claro que hoje tenho mais técnica, mas antes eles eram bem mais fantasiosos e divertidos. Até as desculpas que eu inventava quando era criança eram mais inteligentes. Puta que o pariu, eu quero minha infância de volta, com todas as caixas-de-papelão-foguetes, as filas de cadeiras que formavam trens, os desenhos que conversavam comigo e as histórias de montros. Minha criatividade era a mil. Eu lia O Pequeno Príncipe praticamente todos os dias, meu livro favorito até hoje. E agora eu tenho crises porque não consigo escrever uma música que preste.

Talvez eu tenha ficado mais exigente com as coisas que escrevo, talvez eu tenha parado de fantasiar demais e tenha conhecido "A Vida Como Ela É", talvez não. Eu ainda acho que é culpa dos namoros, sério, de todos os namorados que tive, só amei 3, mas o amor emburrece, entende? É a única explicação plausível que encontrei pra isso. Só sei que eu tô levando minha banda muito a sério, e cada vez que tento escrever uma música tenho vontade de enfiar um cotonete bem fundo na minha orelha pra ver se ainda existe um cérebro dentro dessa caixa craniana.

Alter ego do mal: Vai lá idiota, faz isso mesmo, estoura o tímpano pra eu poder rir da sua cara e falar "SE FODEU, OTÁRIA! HAHAHAHAHAHAH!"

Chega de drama, tomara que isso tudo não passe de uma fase ruim ou de um mero bloqueio criativo (eu me achando a artista). Nossinhora, tem horas em que eu consigo ser extremamente patética, ainda bem que a única vergonha que eu sinto, fora cantar, é vergonha pelos outros!




Last.fm: Forgotten Boys - Stand by the D.A.N.C.E


P.S.: Incrível como esse blog é um paradoxo. Esse post contradiz totalmente o post abaixo!