terça-feira, dezembro 23, 2008

Sobre um sonho, um ônibus, 14 caras e uma garota.

Eu subi despretensiosa, como quem não quer nada. Imagine a minha cara de surpresa quando vi que estavam todos ali. Todos aquele caras por quem eu já fui interessada. Aliás, todos não, só os que eu nunca consegui, por vergonha, por distância, por falta de tempo, por estar compromissada. Não importa o motivo, se eu quis beijar mas não beijei ele estava presente. E quando eu perguntei o que eles faziam ali, a resposta foi um coral "Estudamos com você!" Nem questionei, em sonho tudo faz sentido, então, se eles disseram que estudam comigo, eu acredito.

É engraçado, se me pedirem uma lista com todos os caras que já me relacionei eu vou demorar pra fazer, me esforçando pra lembrar de todos, e com certeza vou esquecer algum. Não que sejam tantos assim, mas vou esquecer alguém. Mas se me perguntarem sobre os caras de quem eu gostei mas nunca consegui/tentei nada... As platonices, ah, sei todas, com detalhes e datas. É assim mesmo, quando a gente bate a gente esquece, mas quando apanha...

O importante é que estavam todos no ônibus da escola, sentados, cada um sozinho em um banco, como se estivessem guardando um espaço pra mim, e eu tinha 14 lugares pra escolher. Mas aí eu vi um banco vazio e pareceu o lugar certo pra me sentar. Enquanto andei até ele, todos os olhares me seguiram, e isso me deixou desconfortável. Mais ainda quando eu sentei e todos continuaram a me fitar. Eu não era a única garota ali e eles não era os únicos caras, haviam pessoas que estudaram comigo de verdade, nas mais variadas séries, mas eram todos coadjuvantes, ajudando a encher o ônibus, e ainda assim eu me sentia completamente só.

Não tenho a mínima idéia de que lugar era aquele aonde o ônibus foi. Era uma espécie de shopping escola (?), com lojas e salas de aula. O intervalo era na praça de alimentação. Eí a mesma coisa na hora de procurar um lugar, só que agora eles estavam em grupo nas mesas, todas com um lugar vazio. Outra vez eu fui pra onde não tinha ninguém, e quando um grupinho com as 2 maiores paixões platônicas da minha vida chegou perto eu levantei e corri pro banheiro.

Era um banheiro de escola, só que todo azul. Entraram garotas e garotos que eu nunca vi na vida, e que provavelmente não me viam, pois fofocavam inescrupulosamente, contavam do aborto da fulana, do caso da mãe do fulano com o diretor e mil histórias mais. E eu não tenho a menor idéia de quanto tempo eu passei ali, já que medidas de tempo não fazem sentido nos sonhos.

Quando eu resolvi sair, estavam todos os 14 na porta me esperando. Eu não sei o porquê, talvez medo de estragar a platonice ou simplesmente por saber que aquilo era um sonho, mas eu fiquei calada. Deixei que todos eles me acompanhassem até o ônibus, mas não olhei nos olhos de nenhum deles e não disse uma palavra. Nunca me senti tão sozinha cercada de tanta gente. Era tudo muito incômodo.

Eu subi primeiro, assustada imaginando quem sentaria ao meu lado. Eles ficaram amontoados, prontos pra correr. Até que, os afastando pra poder passar, surge aquela menina que eu sempre vejo. De cabelo laranjado, pequena e com um sorriso bobo que te faz sorrir também. Sempre quis transformá-la em boneca. Ela passa entre eles, senta ao meu lado, sorrindo e me entrega um papel escrito "oi, tudo bem?". Eles continuaram em pé, e assim o sonho seguiu até eu acordar, eu conversando com ela através do papel, rindo muito e todos eles em pé...

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Babaca, eu?


infelizmente!

Eu só trocaria "idiotas" por BABACAS! Eu não sei o que acontece, mas, a cada dia que passa, as pessoas me irritam mais e mais, e mais, e mais, e mais... E eu tenho vontade de chutar todas elas, ou então de colocá-las em potinhos de vidro na minha estante e só tirar quando extremamente necessário... Talvez costurar todas as bocas ou amarrar todos os dedos digitadores?

O problema é comigo? Eu sou impaciente demais? Os outros são chatos ou a chata sou eu? Provavelmente, no fundo eu também não devo passar de uma BABACA, do tipo impaciente e implicante. Melhor separar um pote com meu nome...



E só pra constar, você pode ver os outros trabalhos (muito bons) do Marc Johns aqui: 1 e 2

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Familiares e computadores

Sem comentar sobre inclusão digital e aquelas pessoas toscas que entopem o Orkut, existem aquelas pessoas próximas a você, pessoas de quem você gosta, mas que não deveriam usar computadores at all. Quem? Simples, os familiares!

Irmãos mais novos: Não importa se o computador é seu, a menos que o pentelho tenha um próprio, ele vai usar. E vai entupir seu computador de coisas relacionadas a The Sims, e vai reclamar pra sua mãe que você não deixa ele jogar. Se seu irmão mais novo não for tão novo assim, ele pode fazer pior, e atolar sua máquina com as porcarias musicais dele, e enfiá-las no seu iTunes, pro seu desespero. E naqueles dias em que você chegar em casa desesperado pra ler seus e-mails lá estará a criaturinha, conversando com outros seres da mesma espécie ou jogando, e você vai falar pra ele sair, e ele vai dizer "já vai", mas vai enrolar um pouco, claro, eles sempre enrolam.

Nesse ponto, a solução é educá-los. Com a minha criaturinha foi assim: Eu chego em casa, aviso que quero usar e ela tem o tempo de eu comer/beber alguma coisa pra largar o Dexter, entro no quarto cantando "She said bye bye..." e se ela não sair... Bom, aí eu ameaço lamber a cara dela e ela sai correndo. Mas não adianta, esses seres não sabem se defender sozinhos e sempre vão reclamar com os pais, que vão te chamar de mesquinho ou coisa do tipo.

Pai: Pais não devem usar computadores pelo simples motivo de serem pais, eles não deveriam ter nada pra fazer, exceto trabalho. Mas eles insistem em ter e-mail, e insistem em enviar e-mails com piadas. E insistem que são muito bons resolvendo problema em computadores, afinal, eles são homens, e homens sabem resolver todos os problemas. Mas se tem uma coisa que pais não entendem é que computadores não são pias de cozinha. E que a lerdeza da conexão não tem NADA A VER com os inúmeros gigas de música que você tem. E que formatar não é a solução de todos os males. E não importa o que você diga, eles sempre vão falar que vocês entopem o computador de porcarias, e sempre vão achar que seu computador de 2002 ainda é bom em 2009.

E você ainda pode ter azar e ter um pai freak. Já ouvi casos de pai que entupiu o computador do filho com pornografia, e de pai que passava o dia procurando (e salvando) fotos de passarinhos! Porque pior que achar um arquivo chamado "Hot Lesbians Orgy XXX.rmbv" é achar um outro chamado "lindo-rolieiro-de-barriga-azul.jpg".

Mãe: Essas conseguem ser as mais chatas. Elas não mandam e-mails piadas, elas mandam .pps, ou então aqueles e-mails que te alertam sobre os perigos de conversar com estranhos na internet. Ao contrário dos pais, que não perguntam pra não darem o braço a torcer, elas não tem vergonha alguma de perguntar. Perguntam até demais,e perguntam coisas banais, do tipo "Como eu salvo uma foto do orkut dos outros?" E não adianta você ensinar mil vezes, ela vai perguntar de novo, e vai ficar brava se você ajudar de má-vontade, e vai dizer "Se for pra responder com má vontade, não precisa!", daí ela vai pegar a foto pequena e colocar no álbum dela.

By the way, o problema maior das mães é quando elas resolvem entrar no Orkut, e fuçam o seus profiles, e os de seus amigos, e colocam em seus álbuns fotos dos filhos com legendas sofríveis do tipo "minha preciosidade". E você não pode falar isso pra ela, ou então ela ficará muito chateada, e vai achar que você não a ama, fazendo aquele drama que só as mães sabem fazer!

Primos: Esses só não são piores porque não vivem com você, mas às vezes eles vêm visitar, e aí se juntam aos irmãos mais novos e a porcaria tá feita. Os irmãos mais novos dos outros junto dos seus, jogando The Sims e ouvindo música ruim, e não adianta você falar nada, eles são visitas e você tem de tratá-los bem. Ou você pode ser mal educado e ficar com a fama na família. Aliás, com eles, de qualquer jeito você vai ficar com fama, pois eles vão ver alguma coisa no seu Orkut, e vão contar pra sua tia, que vai contar pra outra tia, e pra outra, e pra outra...

Tias: As tias são que nem as mães, já que, geralmente, elas são mães de alguém. Mas as tias têm um ponto pior: Sabe aquelas 189 fotos (mal tiradas) que sua mãe tirou no almoço de família? Elas vão querer que você mande todas pra ela. E vai te mandar um e-mail pedindo isso, e você vai deixar pro dia seguinte, afinal, são quase 200 fotos. E você vai enrolar um pouco, e mais um pouco... Aí ela vai ligar pra sua mãe, que vai dizer que você não tem consideração pela família. Mas você vai continuar enrolando... SÃO 200 FOTOS PÉSSIMAS, PORRA! Aí ela vai aparecer na sua casa com um CD pra você gravá-las, e você vai ter que parar de assistir o último episódio de Prison Break e gravar pra ela.

Sorte que pelo menos os amigos você pode escolher, porque a família... PQP...

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Eu don't spreche Deutsch.

Se você tem um pouquinho de noção de inglês ou de alemão, percebeu que o título deste post está meio embolado. A grande novidade é: Irei pra Alemanha ano que vem, vou morar lá por um ano, e mimimis. Mas o foco do post não é esse...

Óbvio que aqui em casa, e com os meus amigos, eu só falo português. Pra resolver tudo com a minha host family, eu só falo em inglês. Aliás, nunca usei tanto skype na minha vida e nunca li/escrevi tanto e-mail em inglês. O lado bom é que eu percebi que o meu tá mais afiado do que eu imaginava.

No começo minha cabeça deu um nó. Horas no skype e horas lendo em inglês, se alguém me interrompesse no meio, meu cérebro dava uma travada e eu não sabia em que idioma deveria pensar; e assim que terminava, eu simplesmente não conseguia pensar em português, enrolava e enfiavas expressões do inglês no meio das conversas. E as vezes eu simplesmente não sabia qual o equivalente ao que eu queria dizer em português. Me enrolei com "piggyback ride", "realize that", "get high", "solve this", "stuff like that" e ainda tem o uso excessivo de "well", "why", "ok", "of course", "actually". Mas como inglês todo mundo entende pelo menos um pouco, embora eu ache que estavam todos ficando irritados, dava pra lidar com isso.

Pra ir pra Alemanha, eu preciso fazer uma prova de alemão na embaixada, e como o meu é uma grande porcaria (fiz aulas em 2005 e parei de praticar no mesmo ano), resolvi sentar a bunda na cadeira e estudar all by myself. Foi aí que a coisa enrolou de vez. Eu comecei a funcionar em português, inglês e alemão. Meu cébrero parou de travar, agora ele simplesmente mistura tudo. Se alguém fala comigo em português enquanto eu estou estudando alemão, eu misturo os dois e respondo, mas eu faço isso sem perceber, e se a pessoa não fala um "WHAT?!", eu fico achando que ela entendeu direitinho.

Sometimes eu estou conversando com a Leslie (minha hostmother) e misturo inglês e alemão e nem percebo. Coisas como "My mom got tired of 'antworten' this kind of things!". E ela, feliz, diz: "Hey, did you spoke german?" E isso tá começando a ficar cada vez mais comum. Uma vez eu quis passar meu endereço pra alguém e não conseguia dizer Gebäude em português ou em inglês, por sorte eu estava skypeando com a Leslie e perguntei. Agora eu já sei, "building" ou "prédio".

Agora imaginem vocês, ontem eu ajudei minha irmã a estudar francês, falei português, inglês, alemão e enrolei um pouco de espanhol com amigos alemães. Eu nem sei mais em que idioma eu estou sonhando, tá tudo tão bagunçado que eu estou entrando numa espécie de estado afásico (? - eu eu nem sei se essa palavra existe). Meus neurônios estão fazendo um mix tão fucked up que em alguns momentos eu simplesmente esqueço as palavras, ou uso termos muito complicados pra dizer o que poderia ser dito facilmente. Só nesse final de semana eu já tive dificuldade pra nomear (em qualquer idioma) cômoda, caneta, distúrbio, microfone, lenço, sofá, entorpecido, carros amarelos... Isso sem contar da hora em que eu cismei que existe uma palavra em português para "shopping center".

Acho nem vou contar pra vocês as burrices em português. Os plurais são o que mais sofrem, coitados... Coitados mesmo são os meus parentes, amigos e followers no twitter: "Como é o nome daquele negócio onde a gente guarda roupas? Aquele com gavetas, sem ser o armário." Cômoda, sua anta, cômoda...