sábado, fevereiro 09, 2008

Alô? - Adolescentes e telefones.

Telefone é um negócio insuportável, sempre toca na hora errada, sempre é aquela pessoa que você não quer atender, o toque é chato (mesmo que seja sua música favorita, é chato!!), e custa dinheiro. Telefone pra mim é pra ser usado em caso de necessidade: seus pais te acharem, o interfone não funcionando, achar alguém que deveria estar no lugar x, pneu furado no meio do nada, estar preso no buraco... Nunca fui de usar telefone, não ligo pra ninguém sem precisar, fico impaciente, não sei como conversar, não sei ser natural com esse aparelho maldito, não sei o que é falta de educação ou não, não gosto de ficar falando "uhum" pra pessoa perceber que ainda estou a ouvir, e odeio a orelha quente.

Estou, neste exato momento, a me perguntar o que acontece com essas garotas de 14/15 anos. Juro que nem pretendia postar nada hoje, mas eis que minha irmã mais nova resolve conversar com sua melhor(?) amiga ao celular. Isso não seria de todo ruim se ela não viesse pro meu lado. Todo o pavor que tenho a telefone minha irmã tem de amor. Tenho dó dos pais que pagam as contas.

Ok, como não sou eu quem vai pagar, pulemos a parte do dinheiro, vamos para a parte insuportável: a conversa. O assunto está num vai e vem sobre a vida alheia, o namoro alheio, as turmas da escola e coisas "engraçadas" que aconteceram. AINDA não chegou em garotos bonitinhos, ainda, mas toda conversa de garotas de 15 anos chega nisso. E o vocabulário, céus? Onde minha mãe errou? "Noooooooooooooossa, não acredito que aquela tosca vai ser da nossa sala!" Quando o assunto muda o final da frase muda também: "Noooooooooooooooossa, a Gabriela tá namorando o Xande? Não acredito!", Nooooooooooooooossa, lembra, blábláblá, não acredito nisso, cara."

"Colocar as coisas em dia" é a desculpa pra passar tanto tempo esquentando orelha. Tudo bem, a amiga dela estava viajando há um mês, e blábláblá. Mas ela faz a mesma coisa quando chega da escola. Qual a necessidade de telefonar pra alguém com quem você acabou de passar 5 horas?

Mas o que me irrita MESMO é o volume. Chega a ser desesperador, tenho faniquitos com os agudos. Por que nessa idade elas têm de falar alto? Antes mesmo de começar a escrever eu já não conseguia completar pensamentos, por mais curtos que fossem. As risadas são exageradas, parece até existir uma vontade inconsciente de mostrar pras pessoas que estão perto que o papo tá bom. Elas gritam, gritam, você manda elas falarem baixo, elas diminuem um pouco a voz e dois minutos depois já estão gritando. E quando as duas querem falar ao mesmo tempo? Prefiro poupá-los disso.

Garotas nessa idade tendem a se sentir mais velhas, isso é tão bobo. Parecem forçar um conteúdo na conversa. E nessa idade a gente acha que sabe demais, que nossos pais são uns chatos, e que se sua mãe vem fechar a porta é porque ela está velha. É claro que não tem nada a ver com o papo insuportável que você obriga a casa inteira a aturar, DUH! Ai, como eu gosto das cartas, dos e-mail e dos scraps do Orkut... Tão silenciosos.

Sabe qual o pior disso tudo? É que eu nem sei mais o que escrever, e o papo delas parece estar bem longe de terminar. Mas por que ela fica aqui perto de mim? Será que não repara que incomoda? Eu não era assim quanto tinha essa idade. Ou será que era e não percebia? Não, não era, eu não gostava de telefone. Será então que eu sou uma grande implicante? Ou será que eu sou muito impaciente? E se eu for impaciente e implicante? Se eu for os dois eu estou velha. Céus, será que isso é culpa dos 18 chegando? Eu já estou ficando maluca com isso!

SOCORRO! Proíbam as recém-púberes de usar aparelhos telefônicos.


(Eu juro que se esse não fosse um post relâmpago eu faria uma análise mais profunda sobre a coisa, mas quero tentar postar antes da minha irmã desligar.)

[EDIT]
.E consegui. Pouco depois minha irmã desliga o telefone dizendo que a amiga, que foi quem fez a ligação, levaria uma bronca. Elas passaram 58 minutos conversando.
.Se ao telefone, ouvindo a voz de uma só já é terrível, imaginem quando são 5 de uma vez na tua casa.
[/EDIT]

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Eu não morri [718046723864] e a Yoko Ono também não

Eu nem acredito que estou postando aqui. Daqui a pouco meu pai acorda pra ir trabalhar e a falta de sono somada ao ócio me fizeram pensar nesse blog. Há meses que eu penso que estou precisando postar, mas nunca faço nada além disso. Negligência boba. Bem boba, tive tempo de sobra pra postar... Pouco importam os motivos de não ter postado, até porque não existem desculpas já que não tenho que me desculpar com ninguém.

Meu último post foi em setembro e pouco antes disso minha vida já estava tomando um rumo hedonista descontrolado. Mudei tanto nos últimos meses, mudei sem mudar. Viajei, toquei, tive um amor intenso, um final extenso. Me dediquei a coisas que não deveria, não me dediquei às quais deveria me preocupar, me dediquei ao que quis me dedicar. Me afastei, me aproximei. Fui, voltei, fui, voltei, fui, voltei, fiquei. Me testei, testei os outros, testei minha paciência, acabei com a alheia. Descobri que pra arte ser arte não necessariamente todos têm que entender, e abusei disso. Escutei pessoas que antes fazia questão de ignorar. Fiquei doente, melhorei. Não morri.

Bem provável que o parágrafo acima não faça sentido nenhum pra qualquer um que o leia, mas tanto faz. No meio de tanto volto a postar. Sumiram-se as janelinhas de listas, completei muito de todas e até tive problemas causados pelas mesmas, no fim concluí que são tão pessoais que não há porquê dividir, nem mesmo interessa há muitos. Reli esse blog e vi que não escrevi metade do que posso escrever, quanta mediocridade. Não que o medíocre seja ruim, há quem goste, mas não é pra mim. Não terminei de postar o "Pseudo-existencialismo..." o que é uma pena, já que tem muito mais e ainda tô escrevendo. Um dia, talvez!

Mais do que mudei muita coisa mudou. Tenho que dar uma geral aqui. Agora chega de besteira. O próximo post vai ser mais post que esse, esse aqui é só pra deixar claro o retorno, duh!


E só pra constar e finalizar:
Eu gosto da Yoko Ono. Não gosto de Beatlemaníaco xiita. Gosto dos Beatles.