terça-feira, abril 24, 2007

Um blog, CDs e uma campanha

Já ficou clara a minha falta do que fazer, ainda mais agora que voltei pra casa e só volto pra casa do meu irmão novamente na quinta-feira. Uma amiga me chamou pra postar num blog sobre música. Blog novinho, recém-nascido. Este aqui...

E por falar em música, eu tenho minha coleção de CDs, sabe? Gosto bem mais deles do que de MP3. Amo sentar no chão da sala, ou então deitar na minha cama e ficar ouvindo o CD enquanto vejo o encarte. Aliás, não há nada melhor do que comprar um CD, tirar aquele plástico que o envolve e abrí-lo, vasculhando cada pedacinho em busca de fotos e o que mais tiver pra gente ver. Também adoro chegar em casa com um CD novinho, escutá-lo mil vezes e depois colocá-lo junto aos outros CDs, obedecendo a ordem alfabética, óbvio. É assim também com os DVDs e os livros, mas o assunto é música, então...

Eu acho que odeio os MP3 players. Tá, mentira, eles são uma benção, mas ninguém mais tem discman. Eles sim eram uma benção das grandes. Eu saía da loja com meu recém-adquirido cd e já botava pra tocar. Meu último discman quebrou, e eu não acho mais pra vender, agora tenho que esperar chegar em casa pra ouvir as músicas que estão guardadinhas na minha bolsa, pedindo para serem escutadas.

Tenho bem mais músicas no meu computador do que tenho em CD, não minto, e sou baixadora de música compulsiva, mas eu prefiro o compact disc, e talvez não baixasse tanta música se os meu queridinhos fossem mais baratos. É sério, cada vez que eu compro um CD meu bolso chora, e sou obrigada a escutar comentários do tipo "Você é a única pessoa que eu conheço que compra CDs originais!" Como se alguém falsificasse CD 'do' The Clash, do Arctic Monkeys, do Sahara Hotnights ou do Forgotten Boys. E mesmo se falsificassem eu não compraria, gosto do original bonitinho na minha estante.

Pena que eu não sou rica. Quer dizer, pena que eles não combram menos pelos compactos, afinal, música deveria ser mais acessível. Mas então, já que eu não sou rica nem nada, vocês poderiam me doar CDs... Sério, eu adoro ganhar CDs de presente, vale-cds também. Amo ficar horas nas lojas escolhendo e calculando quantos poucos vou poder comprar com meu precioso dinheirinho e com os vale-cds.

Que tal uma campanha? "AUMENTE A COLEÇÃO DE CDs DA NATÁLIA!! Natália feliz é Natália escrevendo bem!" Uma boa, né? Então, comprem CDs pra mim, me mandem aqueles CDs que vocês não escutam mais, se eu não gostar eu troco com alguém, ou então vendo e compro outro. Me mandem vale compras, demos de bandas da sua cidade, é essas mesmos que as bandas vendem por 2 reais nos shows. Me mandem demos das suas bandas, eu escuto e se gostar ainda saio divulgando por aí. Eu também gosto dos vinis, mas esses eu não tenho onde tocar, mas podem mandar que no futuro eu compro uma vitrola.

A Tina já me mandou dois EPs do Yeah Yeah Yeahs, faça a sua parte. Natália com CD novo é Natália feliz, Natália feliz é Natália escrevendo bem.

Last.fm: Juliette and the Licks - Mind Full Of Daggers

PS.: Isso é sério, se alguém comprar um CD pra mim, ou quiser me doar cd velharia, ou até vender algum mais barato é só me mandar e-mail. Eu quero MESMO!

terça-feira, abril 17, 2007

Presente de Deus

Não pretendo ofender ninguém com esse post (mentira), mas eu tô passando uns tempos na casa do meu irmão pra estudar, e até agora foi a única coisa que aconteceu que merece um post. Minhas opiniões sobre religião são um tanto quanto complicadas de entender, então, só quem mora na mesma casa que eu e quem está afim de ter uma conversa não maniqueísta sobre o assunto entende.

Pois bem, quinta-feira (11/4) meu irmão me ligou para que eu viesse estudar aqui na casa dele, afinal, se eu fico em casa não estudo nunca. Lá pras 18h ele veio me buscar. Meu irmão é evangélico, e eu nunca falei sobre religão com ele. Ele não entenderia, e eu não tenho paciência pra discutir por pouca coisa e nem de ficar explicando certos assuntos. Já dentro do carro, ele disse que iria a um culto mais a noite e perguntou se eu queria ir. Como resposta esperada por ele, eu disse que não.

Meus irmãos, filhos do primeiro casamento do meu pai, moram numa casa grande, bem grande, em um bairro de Brasília onde todas as casas são grandes e as ruas pouco movimentadas. Esses bairros ricos que todos conhecem, que além de tudo costumam ser afastados. Quando eu cheguei aqui fiquei sabendo que das 4728748 pessoas que moram nesta casa, quase todas iriam presse tal culto, e as outras não estavam por aqui. Eu... er... tenho medo de ficar sozinha em casas muito grandes, e quando me toquei de que a casa ficaria vazia corri pro carro.

Eu pensava "Não vai doer nada, Natália. Você vai lá, escuta a ladainha, finge que está prestando atenção e volta!" e lá estava eu dentro do carrro me dirigindo a alguns km depois de onde Judas perdeu as botas. Pensem num lugar longe pra dedéu... Então, é um pouco mais longe, indo reto onde o vento faz a curva, quase fora do DF. Além de ser muito longe, a gente pegou um trânsito infernal e ficamos cerca de uma hora e meia no carro, eu até cochilei.

Quando a gente chegou, eu desci do carro pensando "...não vai doer, não vai doer..." Mas doeu!!!! Meus ouvidos doeram tanto que achei que fossem sangrar, eram 4 senhoras de vozes finas e desafinadas se esgoelando ao microfone fazendo o que elas chamam de "louvar a Deus". Se tem um deus lá em cima o coitado tá de tampão de ouvido pensando "Por que elas e não os Beatles?"

Assim que as 4 calaram a boca, começou o falatório fundamentalista que todos conhecem. Coisas subjetivas do tipo "Deus me disse que tem alguém aqui passando por dificuldades, venha aqui para que eu possa orar por você." E é claro que tem alguém passando por dificuldade, sempre tem. E as pessoas ficam pensando que o tal pastor conversa mesmo com Deus.

Começou a música outra vez, mas nesse ponto o que doeu foi minha paciência... As pessoas dançavam como se estivessem possuídas. Segundo as pessoas da igreja, era deus guiando-as nessa dança, era a chama de deus queimando no coração delas. Hahahahahahahahaha, eu não aguentei, foi muito difícil segurar a gargalhada, eu abaixava a cabeça para rir. Agora eu me arrependo de não ter rido descaradamente, afinal aquilo era um CIRCO! Sério, uma palhaçada sem fim.

Um monte de gente girando e caindo no chão dizendo "É deus no meu corpo!" Como o cara é mal!!! Ele faz as pessoas ficarem tontas, joga elas no chão e ri lá de cima "HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA, BANDO DE MANÉ!!!"

Durante o tempo todo eu me senti uma ETzinha. Entendo que sou totalmente a típica ao resto do pessoal que estava lá, mas precisa me encarar? Cadê a educação desse povo. E as idiretas do palhaço-mor (vulgo pastor)? "Tem uma pessoa muito diferente aqui e deus quer dar alegria a essa pessoa, ela está precisando disso!" Eu fingia que nem era comigo e alguém corria pra frente pra não deixar o palhaço no vácuo.

No fim do espetáculo, várias pessoas vieram falar comigo! "Deus colocou no meu coração que eu devia falar com você. Você precisa aceitar Jesus, ele tem um plano pra você." Aposto que se meu cabelo fosse preto, mas eu fosse uma assassina maldita ninguém teria plano nenhum pra mim! Eu até perdi as contas de quantas pessoas falaram que eu deveria aceitar Jesus e dos planos dele.

Lembra que eu falei que o lugar era longe, certo? Pois então, meu irmão foi pro carro dizendo que a viagem seria longa e blábláblá, e eu já estava saltitante de ouvir isso:

*Finalmente, finalmente, finalm...*

- Moça, deus colocou a mão no meu coração pra eu te falar isso. Ele tem um plano pra você

- Mais um??

- Você precisa ouvir a palavra dele e ser feliz.

- Er... Mas eu tô feliz... *principalmente por estar indo embora* Você tá falando com a pessoa errada.

- Bláblábláblá, deus blábláblá, você pode ir pro céu se realizar obras grandiosas pra deus.

- Eu não pretendo construir igrejas, mas obrigada.

- Você pode se tornar uma pessoa boa.

- Meu cabelo vai continuar dessa cor... Tenho que ir!

Fui andando, quase correndo pro carro e a mulher ainda grita:

"DEUS ME DISSE QUE VOCÊ VAI VOLTAR AQUI, ELE VAI TE TRAZER DE VOLTA!"

Foi aí que tudo ficou claro e eu entendi que tal alegria era essa de que todos falavam. Abri um sorrisão!!! Como eu não tinha entendido antes? Era tão óbvio: Deus vai me dar uma máquina de teletransporte!

segunda-feira, abril 09, 2007

Quero minha infância de volta

Não, isso não é um post sobre meu feriado, sobre chocolate, sobre 1º de abril (meu dia favorito do ano) e muito menos é um post nostálgico. Eu só quero minha infância de volta, agora, e com tudo que ela tinha. Até meus meus 14 anos, minha imaginação era extremamente fértil, dos 8 anos de idade aos 12 então, nem se fala. Eu escrevia sobre tudo, desenhava tudo, falava de tudo, tinha mil histórias na minha cabeça, imaginava mil coisas, mil brinquedos.

Parece que minha imaginação foi me abandonando conforme os namoros ficavam sérios. Acho que sou precoce, meu primeiro namoro, namoro mesmo de "Estamos namorando!" "Esse é meu namorado" foi aos 12 anos, durou até março de 2003, 5 meses pra ser mais exata. Aos 13 vieram alguns outros namorados, nada demais e nem importante, nenhum desses durou mais que dois meses, e eu enjoei da cara de todos. Eu sempre tive aquele garoto de quem gostava muitão, e entre um namoro e outro a gente 'ficava' (ô termo tosco!).

Aos 14 anos veio o meu namoro mais sério (e minha imaginação foi toda embora), apresentei o garoto aos meus pais, fui apresentada aos pais dele e todas aquelas formalidades que teoricamente definem a seriedade de um namoro. Aos 15 anos esse namoro terminou da forma mais estranha possível. Algumas paixões de inverno, outras de verão, primavera ou outono, alguns namoros a distância com direito a visitas mensais, um namoro de um mês e eu não sei mais escrever.

É sério, antes de toda a minha frustrada vida amorosa começar, eu era uma gênia, escrevia poemas num estralar de dedos, redações gigantes num piscar de olhos. Meus desenhos naquela época eram bem melhores, claro que hoje tenho mais técnica, mas antes eles eram bem mais fantasiosos e divertidos. Até as desculpas que eu inventava quando era criança eram mais inteligentes. Puta que o pariu, eu quero minha infância de volta, com todas as caixas-de-papelão-foguetes, as filas de cadeiras que formavam trens, os desenhos que conversavam comigo e as histórias de montros. Minha criatividade era a mil. Eu lia O Pequeno Príncipe praticamente todos os dias, meu livro favorito até hoje. E agora eu tenho crises porque não consigo escrever uma música que preste.

Talvez eu tenha ficado mais exigente com as coisas que escrevo, talvez eu tenha parado de fantasiar demais e tenha conhecido "A Vida Como Ela É", talvez não. Eu ainda acho que é culpa dos namoros, sério, de todos os namorados que tive, só amei 3, mas o amor emburrece, entende? É a única explicação plausível que encontrei pra isso. Só sei que eu tô levando minha banda muito a sério, e cada vez que tento escrever uma música tenho vontade de enfiar um cotonete bem fundo na minha orelha pra ver se ainda existe um cérebro dentro dessa caixa craniana.

Alter ego do mal: Vai lá idiota, faz isso mesmo, estoura o tímpano pra eu poder rir da sua cara e falar "SE FODEU, OTÁRIA! HAHAHAHAHAHAH!"

Chega de drama, tomara que isso tudo não passe de uma fase ruim ou de um mero bloqueio criativo (eu me achando a artista). Nossinhora, tem horas em que eu consigo ser extremamente patética, ainda bem que a única vergonha que eu sinto, fora cantar, é vergonha pelos outros!




Last.fm: Forgotten Boys - Stand by the D.A.N.C.E


P.S.: Incrível como esse blog é um paradoxo. Esse post contradiz totalmente o post abaixo!