quarta-feira, janeiro 28, 2009

2 horas na Alemanha - A entrevista

Sentei, entreguei os papéis, olhei pra cima e vi como o funcionário da embaixada era bonito e falava português com um sotaque alemão que estava longe de ser feio, era bem sexy até. Enxuguei a baba... Bonzinho ele, tirou minhas dúvidas, me disse que levei mais cópias do que precisava, e tirou cópia do meu passaporte.

Aí ele pediu meu telefone de casa, o celular e o e-mail... Mas não era pra ele, era pra entrarem em contato comigo quando o visto chegasse. :(

-Você já fala alemão?
- O básico.

Digitou, digitou, digitou... Levantou, voltou com um careca, loiro que só falava alemão. Por motivos claros, aqui vai tudo em português, mas o careca só falava alemão (C), eu falava alemão (Ea) e português (Ep) e o bonitão (B) falava em alemão com ele e em português comigo.

C: Hallo
Ea: Hallo
C: Qual é seu nome?
Ea: Natália blá blá blá.
C: Quantos anos você tem?
Ea: 18.
C: Como?
Ea: 18.
C: Heim?
(PQP, será que eu não sei contar mais... ein, zwei, drei, vier, fünf, sechs, sieben, acht, neun, zehn, elf, zwolf, dreizehn, ..., achtzehn!)
Ea: 18. 18. DEZOITO!
C: Ahhhhh, 18.
(¬¬)
C: Qual o seu emprego?
Ea: Nenhum, eu não trabalho.
C: Você estuda?
(hahahahaha, também não!)
Ea: Eu estudava pro "vestibular", acho que é "Aufnahme-prüfung" em alemão, mas não estudo mais.

Ele me olhou com uma cara desconfiado, provavelmente pensando que porra de pessoa é essa que não trabalha nem estuda... Daí ele perguntou pro bonitão se vestibular era realmente aufnahme-prüfung.

C: Por que você escolheu a Alemanha?
(Ok, me apertou sem me abraçar. Anda Natália, pensa numa resposta clichê...)
Ea: Porque eu quero conhecer uma uma cultura nova... E um "leute" novo. "People" é leute mesmo, né?
(Adoro como as pessoas falam inglês e nem percebem.)

C: schwarzenegger tempo schwarzkopf estudou alemão?
Ea: Alguns meses.
C: Alguns meses quanto?
Ea: Sei lá, direito uns 6 meses. (3 meses, e nem vou contar que estudei alemão antes mas parei, vai que ele me pergunta o porquê.)
C: claudia schiffer HAHSNIEmaausen hier kommt die sonne 823ndwhudnd einstein?
Ea: Não entendi, repete por favor.
C: claudia schiffer HAHSNIEmaausen hier kommt die sonne 823ndwhudnd einstein?
(Socorro!!!!)
Ea: Estudei sozinha! (certeza que não foi isso que ele perguntou!)
C: NEIN! claudia schiffer HAHSNIEmaausen hier kommt die sonne 823ndwhudnd einstein?
(Por favor, bonitão, me salva)
B: Ele tá perguntando como você estudou, se usou algum livro e qual o nome.
(Foi, ué, mas não me pergunta o nome que eu estou nervosa demais pra lembrar)
E: ...
B: Pode responder em português que eu digo pra ele.
Ea: Eu usei um livro, mas eu não tenho certeza do nome. Deutsche Sprachlehre alguma coisa... Acho!
(G-zaz, daqui a pouco ele me pergunta de quem é o livro.)
C: O que você planeja pro seu futuro profissional?

Travei, não tinha certeza se tinha entendido direito, e não saberia responder isso nem em português. Quer dizer, eu sei direitinho o que eu planejo, só não sei se vou colocar em prática. Fiz cara de desentendida;

Ea: Eu não entendi.
B: Ele perguntou quais seus planos para um futuro profissional. Se você não souber responder em alemão, pode responder em português.

(Mas é claro que eu vou responder em alemão, se fosse pra responder em português eu não teria estudado)
Ea: Eu pretendo fazer Design (como é Desenho Industrial em alemão?) e tocar guitarra.
C: HÃ?!
Ea: Tocar guitara *fiz o gesto estúpido de air guitar* (como diabos é baixo?).
C: Ah, trabalhar com música.
Ea: Isso, eu tenho uma banda! (e não toco baixo nem guitarra nela)
C: bombaskaem duhastmich WHXKchwwnyta haftasärdem hshokasn twbgbbygstvsfsr?
Ea: Eu não entendi... Repete, por favor.
C: bombaskaem duhastmich WHXKchwwnyta haftasärdem hshokasn twhgagshnensjgduue?

Aí eu fiquei nervosa e pensei um forte "FODEU!", provavelmente eu pediria pra ele repetir mil vezes e não entenderia.

Ep: Eu não entendi, mas não precisa me dizer em português, se você puder escrever a pergunta, vai ficar mais fácil compreender.
B: Ele perguntou se você tem outros planos além dos profissionais.

Cara, já foi difícil responder o que eu já tinha planejado, imagina algo no qual eu nunca pensei. Continuei com cara de desentendida e o bonitão fez cara de quem não sacou a pergunta também.

Ea: Er... é... hm... Voltar pro Brasil, passar no vestibular da UnB e formar uma família.
(Parabéns, você não conseguiria pensar em uma resposta mais mentirosa que essa, formar família... Pelo menos família é uma palavra fácil.)
C: Bom! Onde você conheceu sua gastfamily?
Ea: Em Köln!
C: Heim?
(Parabéns, sua anta, aposto que ele perguntou onde você conheceu eles e não onde eles moram)
Ea: Desculpa, na Internet. he-he-he *sorrisão amarelo*
C: Ahhhh. Você Volkswagen beckenbauer rammstein heidi klum?
Ea: Desculpa, eu não entendi!
C: Você, nuiUwzkhckëo amigo, parente, conhecido, Huab345snjnusge Alemanha?
Ea: Não. (será que conhecidos de internet contam?)

Eu me embolava, buscava as palavras principais, e achava que essa entrevista já estava longa demais, mas continuou...

C: answoÄëïöü gotaskaem profissão seus gasteltern?
Ea: Meu Gastfather é médico e minha gastmother é fotógrafa.
(Por que ele tá olhando com essa cara estranha pro bonitão? E por que o bonitão tá olhando meu formulário?)
B: Fotógrafa? Certeza!
(Puta que pariu, tenho... Ih, tenho não!)
Ep: Ah, a Leslie trabalha numa loja com a mãe dela, mas ela também é fotógrafa.
Ba: Ah sim, ela sabe que ela é vendedora, mas disse que ela também é fotógrafa.
(Ufa, por pouco!)

C: Onde eles moram?
Ea: Em Köln! (dessa vez eu acertei, hehe)
C: Você sabe quantas crianças moram lá?
(duuuuuuh, carecão!)
Ea: 2.
C: Quais os nomes?
Ea: Rosa e Flora.
C: E você sabe me dizer as idades?
Ea: Sim. Flora tem 4 anos de idade e Rosa tem 6.
C: California über alles, california üüüüü-ber alles, über alles, California, über alles ca-li-forniaaaaa-aaaaaaaa?
(Olha o bonitão olhando meus papéis outra vez...)
Ep: QUÊ????
B: Certeza de que é só isso?
(duuuuuuuh, Natália, esqueceu do Lennie!)
Ep: Ué, tenho. Lá mora também o Lennie, que é adolescente, mas ele perguntou criança.
B: Quantos anos o Lennie tem?
Ep: 14, 15... Não sei.
B: Aqui diz 15.
Ep: Ué, então é 15. Mas ele perguntou criança.
B: Ele só quer confirmar se você sabe todo mundo que mora na casa.
Ba: Hwchk arbeit macht frei h63uhayewued
C: O que você conhece da cultura de Köln?
(Não é possível que ele tá perguntando isso, melhor confirmar)
Ea: Desculpa, não entendi.
C: O que você conhece da cultura de Köln?
(HAHAHAHAHAH, ele realmente tá me perguntando isso?)
E: ...
C: ...
E: ...
B: Ele tá querendo saber o que você conhece da cultura de Köln.
(Pqp, piada pronta! LOL!)
Ea: Er... O CARNAVAL!
B: HAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHA
C: Só isso?
Ea: Ah, e aquelas cervejas gigantes em tubo, mas eu não bebo.
C: *sorriso amarelo*
B: *segurando riso*
E: he-he-he-he *cara de safa*
C: Bom, é só isso! Tchau!
Ea: Tchau!

E foi embora... E o bonitão digitou, digitou, digitou, digitou. E eu fiquei babando, babando, babando. E ele pegou minhas duas foto 3,5X4,5 (tamanho fela duma égua, heim). Digitalizou, mimimi, mimimi... Babei, babei.

(RÁ, vou puxar assunto!)
-Fui muito mal na entrevista?
-Não, não. Se você tivesse ido mal eu nem estaria fazendo o que estou fazendo, HAHAHAHAHA.
(Qual a graça?)
-Hahahahahahahaha, ufa, que bom, eu tava nervosa. Ele falava muito rápido. Não fui mal, então?
-Não. Já ouviu falar do curso da Deutsch Welle? Alemã...
-Alemão, por que não? Já, já, mas meu computador não tava muito bom pra isso.
(Mentira, fiz 3 aulas e fiquei com preguiça de terminar!)
-Ah... É... :(
-Mas eu passei, então?
-Passou! Olha, pode demorar até 3 meses pro seu visto chegar, mas em média são 8 semanas.
(Ok, exagerado, em 20 dias tá aqui.)
-Ok...
-Blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá...
(Puxa, como ele é lindo!)
-Ok...
-São 173 reais.
-Hm, tá aqui...
-Bom, é só isso, quando o visto chegar a gente liga.
(droga, quero ficar aqui sentada te encarando...)
-Tá, brigada!
-Por nada!
(Nossa, como o sorriso dele é lindo!)
-Tchau!
-Tchau tchau!

Puxar a porta foi ainda mais difícil que empurrar! Na recepção eu pedi pro moço assinar meu papel pra eu entregar na portaria e ir embora.

-Eu não tenho que assinar nada, quem tem que assinar foi ele que te atendeu. - Educado como todo alemão deve ser.

Voltei, babando, pra ver o bonitão outra vez. Por que diabos eu não perguntei o nome dele?

-Oi, você precisa assinar meu papel pra eu poder sair.
-Ah, desculpa... Aqui.
-Brigada, tchau!
-Tchau, até mais!

E, 2 horas depois, entrei no carro pra voltar pra casa!

2 horas na Alemanha - A espera

-É na 807 Sul, mãe...
-Finlândia, Dinamarca... ALEMANHA! Quer que eu entre com você?
-Er... Se você quiser, pode entrar, mas tanto faz, sou indiferente.
-Você quem escolhe.
-Então não, acho melhor eu ir sozinha.

Passei pela portaria, deixei um documento, recebi um crachá e um papel que precisaria ser assinado. Passei pelo detector de metais, abri minha bolsa e ouvi que tenho muuuuitas canetas no estojo. Tudo isso por pessoas de olhos claros. Até ali, meus olhos deveriam ser bem bonitos, afinal, a gente só gosta de olho azul porque não vemos muitos por aí, mas lá não se viam muitos olhos castanhos.

-Debaixo do prédio, sobe a escada a direita.
-(?) Tá, brigada!

A informação poderia ser mais simples e correta: Direita, direita!

Alemão, alemão, alemão, alemão...
-Guten Tag!
-Guten Tag, onde eu faço o requerimento do visto?
-Ali, empurra essa porta.
-Er... tô empurrando.
-Empurra com força.

A porta de vidro e aço devia pesar pelo menos 4 vezes o meu peso. A sala era clara, com janelas grandes que davam para o lado de fora e 2 janelinhas por onde você via os funcionários. As cadeiras eram vermelhas. Lá dentro, um cara de camisa preta, barba e cabelo desgrenhado com um monte de papel espalhado ao seu redor.

"História, Filosofia ou Sociologia."
-Opa, se você quiser sentar aqui, eu termino de preencher ali.
-Não, tudo bem, ainda nem comecei a preencher os meus.

Mas ele mudou de lugar mesmo assim, eu sentei no lugar dele e comecei a preencher aquela papelada toda. Tudo em 2 vias. Eu estava nervosa, seria a primeira vez que eu manteria uma conversa em alemão com alguém que não fosse... Eu mesma.

-Mãe, o que você tá fazendo aqui?
-Credo, você esqueceu o dinheiro comigo.
-Ok, agora tchau!
E foi...

"Heh, vou enrolar pra terminar meus formulários, daí ele vai primeiro, eu fico sozinha na sala e fico mais tranqüila."

O pensamento não dura tanto, chega a mocinha de tatuagem de flores nas costas:
-Oi, pode sentar aqui, tô só preenchendo. - E fui sentar ao lado do cara sem pente. Na hora de levantar a cadeira eu percebo que ela pesa tanto quanto a porta. Alemães devem ser todos muito fortes...

Curiosa que sou, fiquei ouvindo pra saber o que ela foi fazer lá. Buscar o visto que tinha chegado. Eles enrolaram, enrolaram, enrolaram, enrolaram, enrolaram e enrolaram mais um pouco. Nesse meio tempo chegou um senhor de terno, maleta e cara de quem leva tudo a sério demais.

"Fodeu, vou ter que deixar todo mundo passar na minha frente pra ficar sozinha aqui."

Entregaram o visto dela. Ela era bem bonita, ou as tatuagens eram bonitas...

-Oi, mas meu visto não era pra 6 meses? Aqui diz apenas 3. - E eu quase levantei o braço pra falar "eu sei, eu sei" como uma criança desesperada querendo mostrar à turma inteira que estudou em casa. Essa era simples, com essa autorização de 3 meses ela entraria na Alemanha, iria à Ausländeramt (Secretaria de Estrangeiros?) e prorrogaria o visto. O cara explicou, ela não entendeu, perguntou, ele explicou de novo e ela foi embora. Durante toda essa enrolação, o desgrenhado conversava com o homem da maleta, que era brasileiro mas que tinha mais sotaque do que se ele realmente fosse alemão.

Doutorado em Física na Alemanha. Doutorado... em física... em alemão... na Alemanha... Dividam o choque comigo: dou-to-ra-do, fí-si-ca, a-le-mão, A-le-ma-nha! DOUTORADO EM FÍSICA, NA ALEMANHA! Imaginem, por favor, o cérebro dessa pessoa, quer dizer, doutorado já não é algo que as pessoas fazem todos os dias, ainda mais em física, e muito menos em alemão. E eu achando, só por causa do cabelo desgrengado e da barba, que ele era algum estudante de História querendo conhecer o mundo. Shame on me, como fui rápida em prejulgar.

Entregou os papéis, recebeu papéis, fez perguntas, respondeu perguntas, pediu mais explicações, me deu tchau (?), foi embora. Depois de tanto fingir que tinha papéis a preencher, uma hora eu já nem tinha mais como fingir, quer dizer, eu pareceria uma retardada escrevendo no ar. Mas o mal educado da maleta nem quis saber, foi na minha frente mesmo sabendo que eu já tinha terminado e que eu já estava lá antes. Ok que eu diria pra ele ir na minha frente, mas a educação manda um abraço.

Estudou na Alemanha, trabalha com universidades lá, e a cada 3 meses pisa em solo alemão pra fazer um tratamento médico que só existe lá. Fiquei imaginando se seria câncer, pela cara de mal humorado pensei que fosse de próstata. Ou talvez ele tenha alguma doença rara... Ele queria ir morar lá logo depois que recebesse a aposentadoria dele aqui. E eu queria não ouvir as conversas alheias. Ele não levou documento algum, ele foi ali somente pra perguntar o que deveria fazer. Não é por nada, mas ele poderia ter feito isso tudo pela internet. Enrolaram...

Chega um farrancho. FARRANCHÃO! Um alemão gordo, bigodudo e rosado; um garoto de no máximo 1 ano; a mãe, que era feia de doer e usava uma roupa tão curta que quase fez com que eu me sentisse uma freira por usar calças; e 2 aways que provavelmente foram só pra ver a embaixada.

Como característico de todo farrancho, faziam barulho, falavam alto e não pensavam muito antes de falar. Aliás, falavam alto e dos outros. Se questionavam sobre o sotaque do homem sério, que by the way estava começando a ficar visivelmente incomodado. A mãe tratava o garoto como se ela fosse um peso, coitado. Eu não sei se era o tédio de ficar ali sentada, mas eu julguei todo mundo, e não consegui achar nenhuma linha de raciocínio que não levasse á conclusão de que a mulher era prostitua. Shame on me²³! Talvez nem fosse, mas as histórias que eu imaginei pareciam mais interessantes assim.

Eu já nem conseguia mais prestar atenção no brasileiro-alemão. Mas sei que ele foi enrolado um bocado, talvez por castigo. Internet, a embaixada tem site e tem informações lá. Quando ele finalmente foi embora, eu percebi que não conseguiria resolver nada com aquela farofada (sem farofa), e deixei eles irem na minha frente. Ai, como eu estava boazinha. Minha mãe, coitada, provavelmente estava dormindo no carro.

Acho que por não saber falar potuguês direito, o alemão gorducho começou a conversar em sua língua materna com o funcionário. A mulher, mais xarope que xarope, ficava cutucando e perguntando pro homem rosa o que ele tava falando. Santa inconvêniência. Eu não me segurava, e ficava tentando enteder tudo o que eu conseguia. E eu até que entendi bastante, analisando bem o contexto eu conseguia captar muita coisa. As vezes ele perguntava algo em português à mulher e depois voltava a falar em alemão. Ele queria saber como levar a esposa e o filho pra morar com ele lá. E perguntou quais documentos precisava...

POR QUE DIABOS ESSAS PESSOAS NÃO PROCURAM AS COISAS NA INTERNET? Quer dizer, eis que o cara da embaixada pergunta se ele tinha levado um formulário. Claro que não! Eu imprimi em casa 3 cópias de cada um, e só não preenchi tudo porque tinha algumas dúvidas. O cara entregou um formulário pra ele e a mulher ficou tentando pegar o microfone achando que fosse a caneta.

Aí eu já estava com dó da minha mãe, com sede e de saco cheio. Emprestei uma caneta e entoei algum mantra do tipo "terminem logo, terminem logo, terminem logo, PORRA!" Demorou, aliás, demorou bastante. No meio dessa demora toda, sabe-se lá porque, enquanto o cara conversava com o outro e a mulher cutucava, ela apelou. Mulher é curiosa, não se pode negar. Imaginem uma mulher, maluca, ouvindo o marido(?) falando alemão sobre ela e o filho, perguntando o que é e não obtendo resposta. Ela pirou, começou a falar palavrão, bateu o pé e eu senti tanta vergonha alheia que até encolhi na cadeira.

Finalmente eles foram embora, e não importa que entrasse ali, eu faria essa porcaria de entrevista de uma vez por todas.

Continua...